O INCONSCIENTE COLETIVO SEGUNDO CARL JUNG

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Inconsciente: Freud versus Jung


Inconsciente: Freud versus Jung

2009
carolina_careta@hotmail.com 
Psicóloga clínica e escritora.
Devido às suas descobertas, Freud foi nomeado “Pai da psicanálise”, sendo a principal fonte foi a origem do inconsciente.
Ao longo de sua trajetória de estudos sobre o assunto, houve conflitos referentes a idéia original. Gerando polêmicas, mas também proporcionando grande avanço para a psicologia moderna.
Como exemplo, temos Jung, onde após uma parceria com Freud tanto pessoal quanto profissional, vieram as desavenças. E seu principal motivo foi as divergências de idéias, principalmente no que se diz respeito a sexualidade.
Enquanto Freud lutava para as explicações de origem sexual criando uma linha de teoria, Jung discordava da grande maioria e seguia uma linha alternativa de pensamentos denominado “transpessoal” , o que Freud abominava, pois considerava uma linha do ocultismo.
Partindo dessa rivalidade visível existentes até hoje entre psicanalistas e analistas, é interessante e de importância que busquemos raízes interpretadas nas diversas teorias concretizadas entre esses dois seres de “grande estirpe”.
Segundo Freud (1996) o psiquismo é formado por estruturas denominadas: id, ego e superego, sendo organizadas no consciente e/ou no inconsciente.
Para ele o homem nada mais é do que uma marionete nas mãos de seus desejos e pulsões, tais ocasionadas pelos instintos primitivos localizadas no Id, de forma inconsciente.
Boa parte dos conflitos de seus pacientes ele considerava de origem sexual focalizando a psique humana no fator sexual (erótico). Sendo a origem desses conflitos através da incompatibilidade dos desejos imorais do inconsciente e as tendências morais do consciente. (Freud, 1996).
Antes de Freud, o inconsciente não era nada além de dúvidas ao que se diz respeito sobre os impulsos e os instintos. Não sendo compreensível que o homem fosse controlado por forças internas, quase nada exploradas pela ciência naquele tempo.
Mas para Freud (Marie-Louise, 1992) o inconsciente era apenas pessoal, mantendo sua individualidade psíquica, onde cada ser humano detém seus próprios conteúdos reprimidos, geralmente marcadas na infância, abalando o equilíbrio da consciência.
Já para Jung (1998), não tinha como principal preceito a etiologia sexual, e foi o criador da psicologia analítica, tendo sua base frente às produções culturais da coletividade humana.
E no interior dessas produções culturais estão os grandes pintores, escultores, escritores e poetas, onde através de uma fonte de inesgotável poder criador: a Libido, são capazes de confeccionar grandes obras de destaque e renome.
Cada escolha, experiência, sonho, realidade ou fantasia possuem um número imenso de interpretações. Onde cada representação possibilita uma interpretação pessoal, sendo própria de cada indivíduo ou da coletividade, representada pela cultura de vários povos.
Ainda para Jung (1998) o inconsciente é caracterizado em duas camadas. O primeiro é o inconsciente pessoal, onde é mantida a toda a experiência pessoal de cada pessoa. Podendo essas se tornarem reprimidas, esquecidas ou ignoradas. Ou também há casos de experiências muito fracas demais para chegarem a consciência.
A outra camada é o inconsciente coletivo, sendo uma área mais profunda da psique.Ela é remontada na infância através de restos das vidas dos antepassados. Nele está contido os instintos juntamente com as imagens primordiais denominados arquétipos, herdados da humanidade.(Jung,1998).
Ou seja, muitas das estruturas que constitui os seres humanos são herdado de seus ancestrais, e com o tempo são transformados, juntamente com as revoluções de idéias, tecnologia e inovações, mas nunca perdendo a essência e suas raízes.
E apesar de todo o avanço da humanidade, não devemos deixar de agradecer essas duas figuras ilustres que foram Freud e Jung, cada um com suas devidas considerações e peculiaridades, que muito ajudaram a essa revolução de pensamentos. Eles que envoltos em uma vida de batalhas travadas por aquilo que acreditavam e defendiam diante de todas as críticas, escândalos e indignações de um povo: como por exemplo, a sexualidade infantil descoberta por Freud ou como a primeira dissertação de Jung sobre uma jovem médium.
Ambos tiveram sua importância e nos dias atuais suas teorias são respeitadas, exploradas em um grau mais profundo, obtendo maior entendimento pelas pessoas e estudiosos.Sendo que boa parte da humanidade em algum momento de suas vidas já ouviram os respectivos nomes de Freud e Jung ou já ouviram falar de alguma de suas teorias, que permanecem ao longo dos anos e cada vez mais são defendidas e aprimoradas.

BIBLIOGRAFIA

VON FRANZ, Marie-Louise. Reflexos da alma. São Paulo. Cultrix, 1992.
JUNG, C.G. A dinâmica do inconsciente. 3ª ed. Ed. Vozes.Petrópolis,1998.
FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das obras Psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol.1. Editora Imago. Rio de Janeiro,1996.
Fonte:http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?codigo=AOP0203

6 reflexões para entender o pensamento de Carl Jung
Fundador da psicologia analítica, o psiquiatra estudou termos essenciais para entender a psique coletiva
Nascido em 26 de julho de 1875, Carl Jung foi o psiquiatra suíço responsável por fundar a psicologia analítica, que explora a importância da psique individual e sua busca pela totalidade. Jung ajudou a popularizar termos comuns da psicologia, como “arquétipo”, o significado de “ego” e a existência de um “inconsciente coletivo”. Seu trabalho influenciou vários campos além da psicologia, como a antropologia, filosofia e teologia.
Como pesquisador em um hospital psiquiátrico na Suíça, Jung chamou a atenção de Sigmund Freud, fundador da psicanálise, e vários conceitos desenvolvidos pelos dois apresentam semelhanças, embora eles não tenham chegado a trabalhar juntos. Conheça as conclusões mais notáveis observadas por ele:
Nenhum indivíduo é totalmente introvertido ou extrovertido
Em Tipos Psicológicos, um de seus livros mais influentes, Jung analisa os padrões da personalidade e comportamento que compõem as singularidades de um indivíduo. Para o psiquiatra, todas essas características são resultado da maneira única como cada pessoa opta por utilizar suas capacidades mentais.
Como exemplo, Jung afirma que existem duas “atitudes” opostas, conhecidas como extroversão e introversão: cada indivíduo parece dividir sua energia entre o mundo externo e interno, em diferentes escalas. O introvertido se sente mais confortável com seus próprios pensamentos e sentimentos enquanto o extrovertido se sente “em casa” quando lida com outras pessoas e objetos, além de prestar mais atenção sobre seu impacto diante do mundo — introvertidos, por sua vez, costumam observar como o mundo ao seu redor os afeta. Jung foi um dos principais estudiosos sobre esse traço de personalidade e ajudou a popularizar o conceito.
Todas as pessoas carregam quatro funções cognitivas principais
Ao contribuir com sua teoria sobre “tipos” psicológicos, Jung também mostrou que pessoas pensam, sentem e experimentam o mundo de maneiras distintas. Ele identificou quatro funções psicológicas fundamentais: a sensação, pensamento, sentimento e intuição. Cada uma delas pode operar tanto através do indivíduo introvertido como do extrovertido. Normalmente, apenas uma dessas características é mais dominante — a chamada “função superior”. As demais funções são mantidas no inconsciente, menos notáveis e desenvolvidas.
Em poucas palavras, devemos ter uma função que indique algo que existe — a sensação —, outra, o pensamento, estabelece o que isso significa; a terceira declara se aquilo nos convém e se queremos aceitar essa coisa ou não — o “sentir” — e a última, a intuição, serve como uma percepção inconsciente das coisas, indicando “de onde vieram e para onde estão indo”.
Seres da mesma espécie compartilham semelhanças em suas “mentes inconscientes”
Segundo Jung, nascemos com uma herança psicológica, assim como a herança biológica. As duas são importantes para determinar traços de comportamento: “assim como o corpo humano representa um ‘museu de órgãos’, cada um com um longo período evolutivo por trás dele, devemos esperar que a mente também esteja organizada desta forma”, explicou. O psiquiatra enfatiza que o inconsciente coletivo é o centro de todo aquele material psíquico que não surge a partir da experiência pessoal. Seu conteúdo e imagens parecem ser compartilhados por pessoas de todas as épocas e culturas, enquanto o inconsciente pessoal envolve o passado e memórias de cada indivíduo. O conceito afirma que nossa mente já nasce com uma estrutura capaz de determinar seu desenvolvimento no futuro e sua interação com o meio em que vive.
Os elementos comuns no inconsciente coletivo são chamados de arquétipos, ideias e imagens herdadas para responder ao mundo de certas maneiras. Jung identificou-os ao notar que vários pacientes descreviam sonhos e fantasias que incluíam referências que não poderiam ser rastreadas em seus passados pessoais. O estudioso também observou que muitos desses elementos envolvem figuras e temas religiosos encontrados em diversas culturas e mitologias.
O ego é o centro do consciente humano
Para Jung, o ego é um dos principais arquétipos da personalidade e o centro da consciência. Ele fornece direção às nossas “vidas conscientes” e tenta nos convencer de que devemos sempre planejar e analisar nossas experiências conscientemente. A explicação é parecida com a versão do psicanalista Sigmund Freud: o ego surge do inconsciente e reúne várias memórias e experiências, desenvolvendo assim a verdadeira divisão entre o inconsciente e consciente.
Todo indivíduo assume uma “máscara” sobre o inconsciente coletivo
Outro arquétipo, a persona é a aparência que apresentamos ao mundo, o personagem que assumimos perante a sociedade, incluindo nossos papéis sociais, as roupas que vestimos e a maneira como nos expressamos. Todos os indivíduos passam por essa adaptação, que tem aspectos negativos e positivos. A persona pode ser crucial para o desenvolvimento da personalidade, quando o ego passa a se identificar com o papel que desempenhamos. De acordo com Jung, é comum derrubarmos essa identificação para aprender quem somos de verdade no processo de individualização, mas é possível que as pessoas também passem a acreditar de verdade nessa “máscara” ilusória da persona. Membros de grupos minoritários tendem a ter problemas de identidade causados pelo preconceito cultural e a rejeição social de seus personagens, por exemplo.
“Mesmo uma vida feliz não pode existir sem um pouco de escuridão”
Em entrevista ao jornalista Gordon Young, feita em 1960, Jung observa que a palavra “felicidade” perderia seu significado se não fosse equilibrada por um pouco de tristeza. “É compreensível que busquemos a felicidade e evitemos os momentos de pouca sorte”, explica. “Mesmo assim, a razão nos ensina que essa atitude não é razoável e o melhor seria encarar as coisas conforme elas surgem, com paciência e tranquilidade.”
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/02/6-reflexoes-para-entender-o-pensamento-de-carl-jung.html

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Quando se fala de inconsciente pessoal e inconsciente coletivo, existe uma clara diferença entre eles. No entanto, antes de irmos para discutir essa diferença, devemos primeiro saber algo sobre o inconsciente.
Quando se fala do inconsciente, Carl Jung pode ser considerado como uma figura proeminente na psicologia. Carl Jung foi inspirado nas ideias de Sigmund Freud e foi muito interessado no estudo do inconsciente. Ele acreditava que a psique é constituída por três componentes principais. Eles são o ego, inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. O inconsciente pessoal contém as coisas reprimidas da consciência. Por outro lado, inconsciente coletivo contém coisas que são compartilhadas com outros seres humanos de nosso passado. Isto realça que o inconsciente pessoal e inconsciente coletivo são diferentes um do outro, embora ambos possam ser vistos como duas camadas diferentes de inconsciente. Através deste artigo, vamos examinar a diferença entre os dois conceitos.

O que é inconsciente pessoal e inconsciente coletivo?

Inconsciente pessoal consiste de coisas que foram reprimidas da consciência do indivíduo. Estas podem ser uma variedade de lembranças e emoções que o indivíduo tem reprimidas ou rejeitadas, e geralmente não podem ser recuperadas de forma consciente de forma muito clara. Memórias de amargura, ódio, momentos embaraçosos, dor e desejos proibidos podem ser reprimidos no inconsciente pessoal de um indivíduo. Jung acreditava que essas coisas poderiam ter um grande impacto sobre o indivíduo.
Por exemplo, imagine uma pessoa que passou por uma experiência traumática em sua infância. Após a passagem de muitos anos, a pessoa pode ter se recuperado completamente. Seus tormentos emocionais, memórias desagradáveis e dolorosas da experiência podem ter sido sombreados. Isso ocorre porque o indivíduo tem reprimido essas emoções e memórias. No entanto, esta repressão não denota que elas estão perdidas. Pelo contrário, estes sentimentos são armazenados no inconsciente pessoal. Mesmo que a pessoa seja incapaz de recuperá-los, eles podem se manifestar na forma de sonhos e reações incomuns para eventos diários. Isso enfatiza que o inconsciente pessoal é exclusivo para o indivíduo, dependendo de suas experiências de vida.
Inconsciente coletivo é bastante diferente do inconsciente pessoal. Este não é um aspecto individual, mas aplica-se a entidade da espécie humana. Ele pode ser entendido como uma herança a todos os seres humanos. Muitas vezes, inconsciente coletivo é definido como ‘todo patrimônio espiritual da evolução da humanidade nascendo de novo na estrutura do cérebro de cada indivíduo.
O inconsciente coletivo vai além das barreiras culturais dos seres humanos e apresenta um traço comum a todos os seres humanos. Este é transmitido através da hereditariedade. Ele inclui experiências humanas universais como amor, ódio, medo, perigo, dor, etc. Jung também falou de um conceito chamado de arquétipos, em referência ao inconsciente coletivo. Ele acreditava que os arquétipos como a persona, anima / animus, e a sombra foram todos produtos da experiência coletiva da humanidade. Isto evidencia que o inconsciente pessoal e inconsciente coletivo são bastante diferentes um do outro.

Qual é a diferença entre o inconsciente pessoal e inconsciente coletivo?

Definições de inconsciente pessoal e inconsciente coletivo:

  • inconsciente pessoal consiste de coisas que foram reprimidas da consciência do indivíduo.Estas podem ser uma variedade de lembranças e emoções que o indivíduo tem reprimidas ou rejeitadas.
  • inconsciente coletivo consiste em ‘toda herança espiritual da evolução da humanidade nascendo de novo na estrutura do cérebro de cada indivíduo.”

Natureza:

  • inconsciente pessoal é única para cada pessoa; ele é composto das experiências da vida do indivíduo.
  • inconsciente coletivo vai além das experiências de um único indivíduo e capta a entidade da humanidade.

Profundidade:

  • inconsciente coletivo é geralmente visto como uma camada muito mais profunda do inconsciente pessoal, que pode ser acessada através de várias técnicas psicológicas.

Método de aquisição:

  • inconsciente pessoal é desenvolvido pelo indivíduo.
  • O inconsciente coletivo é herdado.
Fonte:https://psicoativo.com/2016/09/diferencas-inconsciente-pessoal-inconsciente-coletivo-jung.html

inconsciente [para Jung]


Como Freud, Jung usa o termo "inconsciente" tanto para descrever conteúdos mentais que são inacessíveis ao ego, como para delimitar um lugar psíquico com seu caráter, suas leis e funções próprios.
Jung não considerava o inconsciente exclusivamente como um repositório da experiência pessoal, reprimida e infantil, mas também como um lugar central da atividade psicológica que difere da expe­riência pessoal e era mais objetiva que ela, desde que se referia di­retamente às bases filogenéticas, instintivas, da raça humana. O pri­meiro, o inconsciente pessoal, era visto como fundando-se no segun­do, o inconsciente coletivo. Os conteúdos do inconsciente coletivo jamais estiveram na consciência e refletem processos arquetípicos. Tanto quanto o inconsciente é um conceito psico­lógico, seus conteúdos, como um todo, são de natureza psicológica, não importa que conexão suas raízes possam ter com o instinto. Imagens, símbolos e fantasias podem ser designados como a linguagem do inconsciente. O inconsciente coletivo opera independentemente do ego por causa de sua origem na estrutura herdada do cérebro. Suas manifestações aparecem na cultura como motivos univer­sais que possuem grau de atração próprio.
Foi apontado que essa distinção de Jung é um tanto aca­dêmica, pois os conteúdos do inconsciente coletivo exigem o envolvi­mento de elementos do inconsciente pessoal para sua manifestação no comportamento; os dois tipos de inconscientes são, portanto, in­divisíveis (Williams, 1963a). Por outro lado, o conceito do incons­ciente coletivo pode ser usado na análise para discriminá-lo da expe­riência pessoal, e se avaliarem suas conexões não-pessoais. O ego então pode se relacionar com estas de modo diferente (Hillman, 1975). O diálogo no âmbito da psicologia analítica se verifica entre uma perspectiva pessoal e a realidade de uma perspectiva não-pessoal.
Em termos de estrutura psíquica, concebem-se a anima ou o animus como ligando o ego com o inconsciente. A relação entre a consciên­cia e o inconsciente é expressa usualmente por Jung em termos de compensação.
A reflexão sobre o inconsciente conduz a uma consideração da razão por que algumas partes se tornam conscientes e algumas não. A conclusão tentada por Jung era de que: (a) o quantum de energia é variável e (b) a força do ego determina o que pode passar para a consciência. Com respeito ao ego, o fator crucial é sua capacidade de manter um diálogo e interagir com possibilidades reveladas pelo inconsciente. Se o ego é relativamente forte, ele per­mitirá a passagem seletiva de conteúdos inconscientes para a cons­ciência. Com o passar do tempo, tais conteúdos podem ser considerados intensificadores do desenvolvimento da personalidade de um modo único e individual. Pode-se verificar que existe uma diferença em ênfase entre Freud e Jung com relação ao inconsciente. A opinião de Jung é de que o inconsciente é, pri­mariamente ou potencialmente, criativo, funcionando a serviço do indivíduo e da espécie.
Até aqui mencionou-se que o inconsciente tem seu lugar na es­trutura psíquica, tem sua própria estrutura interna, sua linguagem e uma disposição geral da criatividade. Além disso, embora alguma decodificação possa ser necessária, Jung atribui ao inconsciente uma forma de conhecimento, até de pensamento. Pode-se expressar esse fato na linguagem da filosofia dizendo-se que contém a "causa final" de uma tendência psicológica ou linha de desenvolvimento psicoló­gica. Poderíamos julgar isso como a razão ou o propósito para alguma coisa acontecer, a "finalidade" para a qual acontece ou se realiza. Na consciência, uma causa final seria uma esperança, aspiração ou intenção. É difícil denominar as causas finais que operam no in­consciente, mas estas podem ser experimentadas pela pessoa como promovendo a expressão e o significado de sua vida individual.
Este aspecto do inconsciente encerra o chamado Ponto de Vista Teleológico. Dever-se-ia observar que Jung não está nem dizen­do que o inconsciente causa a ocorrência de coisas, nem que sua atuação e influência são necessariamente benéficas.
Fonte:http://www.redepsi.com.br/2008/02/06/inconsciente-para-jung/

Consciente – Inconsciente Pessoal – Inconsciente Coletivo

Consciente e inconsciente foram identificados como opostos primordiais da vida psíquica, e ao nos referirmos aos termos consciente e inconsciente, lidamos com todas as disposições passiveis de obtermos conhecimento. Tendo em vista, que no consciente podemos manter apenas uma pequena parcela dos elementos e conteúdos advindos do inconsciente.
Portanto, o inconsciente engloba todas as disposições pessoais e coletivas disponíveis, mas não relacionada e/ou associadas de forma conhecida pelo ego. “É um conceito-limite psicológico que abrange todos dos conteúdos ou processos psíquicos que não são conscientes, isto é, que não estão relacionados com o eu de modo perceptível.[1]” (JUNG, 2009, § 847).
Havendo aqui a possibilidade de trocas dinâmicas de conteúdos conscientes por conteúdos inconscientes, seja por esquecimento, repressão e/ou desvalorização da importância antes atribuída a um determinado conteúdo. Muito embora, seja importante ressaltar, que eles não desaparecem, podendo ser novamente ativados por estímulos diversos. “Através da experiência sabemos, por exemplo, que conteúdos conscientes podem tornar-se inconscientes por causa da perda de seu valor energético. Sabemos pela experiência que esses conteúdos que estão abaixo do limiar da consciência não desaparecem simplesmente e que, oportunamente, mesmo após decênios, podem emergir das profundezas, verificando-se alguma circunstância favorável como, por exemplo, o sonho, a hipnose, a criptomnésia ou um reavivamento de associações com o conteúdo esquecido.[2] (JUNG, 2009, § 847)”.
Segundo Jung, dentro do inconsciente podemos considerar conteúdos do inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. Sendo que, por inconsciente pessoal temos as disposições adquiridas de experiências pessoais, e por inconsciente coletivo as disposições herdadas de um manancial alimentado e pertencente à coletividade. Tudo que vem do inconsciente apresenta característica numinosa, e por ser grandioso e autônomo, não depende do consentimento da consciência para se manifestar. “Podemos distinguir um inconsciente pessoal que engloba todas as aquisições de existências pessoais: o esquecimento, o reprimido, o subliminalmente percebido, pensado e sentido. Ao lado desses conteúdos inconscientes pessoais, há outro conteúdo que não provêm das aquisições pessoais, mas da possibilidade hereditária do funcionamento psíquico em geral, ou seja, da estrutura cerebral herdada. São as conexões mitológicas, os motivos e imagens que podem nascer de novo, a qualquer tempo e lugar, sem tradição ou migração histórica. Denomino este conteúdo de inconsciente coletivo.[3] (JUNG, 2009, § 851)”.
Fonte:https://psicoterapiajunguiana.com/conceitos/consciente-inconsciente-pessoal-inconsciente-coletivo/

A Estrutura da Psique Junguiana | Psicologia Analítica; Jung


Poucas pessoas tiveram tanta influência sobre a psicologia moderna como Carl Jung; temos que agradecer a Jung por conceitos como extroversão e introversãoarquétipos e inconsciente coletivo. Termos psicológicos cunhados por Jung incluem o arquétipo, o complexosincronicidade, e é a partir da teoria junguiana sobre os tipos psicológicos que foi desenvolvido o indicador tipológico de Myers-Briggs (do inglês Myers-Briggs Type Indicator – MBTI).

O que é psique na Psicologia Junguiana?

Entre as obras mais importantes de Jung está a sua análise em profundidade da psique, que explicou como o seguinte: “Por psique eu entendo a totalidade de todos os processos psíquicos, tanto conscientes como inconscientes”. Jung separa o conceito de psique do conceito convencional da mente, que é geralmente limitado apenas aos processos do cérebro consciente.
Jung acreditava que a psique é um sistema auto-regulador, um pouco como o corpo, que procura manter um equilíbrio entre as qualidades opostas, enquanto fica constantemente em busca de crescimento, um processo que Jung chamou de “individuação”.
Jung viu a psique como algo que pode ser dividido em partes componentes como complexos e conteúdos arquetípicos, personificados em um sentido metafórico, e funcionando um pouco como eus secundários que contribuem para o todo. Seu conceito da psique é dividido da seguinte forma:

Ego Junguiano

Para Jung, o ego é o  centro do campo do consciente, a parte da psique onde nossa consciência reside, o nosso sentido de identidade e existência. O Ego junguiano organiza nossos pensamentos, sentimentos, sentidos, e intuição, e regula o acesso à memória. É a parte que liga os mundos internos e externos, formando como nos relacionamos com aquilo que é externo a nós.
Como uma pessoa se relaciona com o mundo externo é, de acordo com Jung, determinado pelos seus níveis de extroversão e introversão e como eles fazem uso das funções do pensamento, sentimento, sensação e intuição. Algumas pessoas têm desenvolvido mais de uma ou duas dessas facetas do que as outras, o que dá forma como elas percebem o mundo em torno.
A origem do ego reside no arquétipo self, onde se forma ao longo do desenvolvimento precoce com o cérebro tentando adicionar sentido e valor à suas várias experiências.
O ego é apenas uma pequena porção do self, no entanto, Jung acreditava que a consciência é seletiva, e o ego é a parte do self que seleciona as informações mais relevantes do ambiente e escolhe que direção tomarcom base nelas, enquanto o resto da informação afunda no inconsciente. Pode, portanto, aparecer mais tarde na forma de sonhos ou visões, entrando assim para a mente consciente.

O inconsciente pessoal

O inconsciente pessoal surge da interação entre o inconsciente coletivo e crescimento pessoal de cada um, e foi definido por Jung como se segue:
“Tudo o que eu sei, mas no qual eu não estou pensando nomomento; tudo de que eu era uma vez consciente, mas agora tenho esquecido; tudo percebido pelos meus sentidos, mas que não foi observado por minha mente consciente; tudo o que, involuntariamente e sem prestar atenção, sinto, acho, lembro, quero, e faço; todas as futuras coisas que estão tomando forma em mim e vão em algum momento chegar à consciência; tudo isso é o conteúdo do inconsciente … Além destes, devemos incluir todas as repressões mais ou menos intencionais de pensamentos e sentimentos dolorosos. Eu chamo a soma destes conteúdos do ‘inconsciente pessoal’ “.
Ao contrário de Freud, Jung viu a repressão como apenas um elemento do inconsciente, ao invés de todo ele. Jung também viu o inconsciente como a casa do potencial de desenvolvimento futuro, o lugar onde os elementos ainda não desenvolvidos fundem-se em forma consciente.

Complexos

Complexos, no sentido junguiano, são organizações temáticas na mente inconsciente centradas em torno de padrões de memórias, emoções, percepções e desejos, padrões que são formados pela experiência e pelas reações de um indivíduo a essa experiência. Ao contrário de Freud, Jung acreditava que complexos podem ser muito diversos, em vez de simplesmente os indivíduos terem um complexo com núcleo sexual.
Complexos muitas vezes se comportam de uma forma bastante automática, o que pode levar uma pessoa a sentir que o comportamento que surge a partir dela está fora de seu controle. As pessoas que estão doentes mentais ou erroneamente ditas “possuídas” têm muitas vezes complexos que assumem regularmente e de forma acentuada o seu comportamento.
Complexos são fortemente influenciados pelo inconsciente coletivo, e como tal, tendem a ter elementos arquetípicos. Em um indivíduo saudável, complexos raramente são um problema. Se a pessoa é mentalmente doente, no entanto, e incapaz de se regular, os complexos podem tornar-se evidentes e mais um problema. Nestes casos, o ego está danificado e, portanto, não é forte o suficiente para fazer uso dos complexos através de reflexão, concedendo-lhes uma vida plena e indisciplinada de sua própria.
Para tratar essas pessoas, Jung olhou mais para o desenvolvimento futuro do que simplesmente lidar com seus passados; ele tentou encontrar o que os sintomas queriam dizer e esperava alcançar, e trabalhar com eles a partir desse ângulo.

inconsciente coletivo e arquétipos

A teoria do inconsciente coletivo é uma das teorias mais originais de Jung; Jung acreditava, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, que todos os elementos da natureza de um indivíduo estão presentes desde o nascimento, e que o ambiente da pessoa traz-los para fora (em vez do ambiente criá-los). Jung sentia que as pessoas nascem com um “projeto” já nelas que irá determinar o curso de suas vidas, algo que, embora controverso no momento, tem suporte bastante amplo nos dias de hoje devido à quantidade de provas que existem no reino animal de que várias espécies nascem com um repertório de comportamentos adaptados exclusivamente para seus ambientes. Tem sido observado que estes comportamentos em animais são ativados por estímulos ambientais, da mesma maneira que Jung sentiu que comportamentos humanos são apresentadas em primeiro plano.
De acordo com Jung, “o termo arquétipo não pretende denotar uma ideia herdada, mas sim um modo herdado de funcionamento, o que corresponde à maneira inata em que a galinha sai do ovo, o pássaro constrói seu ninho, um certo tipo de vespa pica o gânglio motor da lagarta, e enguias encontram o caminho para as Bermudas. Em outras palavras, é um ‘padrão de comportamento’. Este aspecto do arquétipo, o puramente biológico, é preocupação adequada da psicologia científica”.

O Self

O Self, de acordo com Jung, é a soma total da psique, com todo o seu potencial incluído. Esta é a parte da psique que olha para a frente, que contém a unidade para a satisfação e plenitude. O Self conduz o processo de individuação, a busca do indivíduo para atingir seu pleno potencial.
Nesta área é possível mais uma vez ver uma das diferenças entre Freud e Jung; na teoria freudiana, o ego é responsável pelo processo acima e forma o eixo sobre o qual a psicologia individual de uma pessoa gira, ao passo que, na teoria de Jung, o ego é apenas uma parte que se eleva para fora do (infinitamente mais complexo) self.

Persona

Jung disse que a Persona é um elemento da personalidade que surge “por razões de adaptação ou conveniência pessoal.” Se você tem certas “máscaras” que você coloca em várias situações (como o lado de si mesmo que você apresenta no trabalho, ou para família), isso é uma persona. A Persona pode ser vista como a parte de “relações públicas” do ego, a parte que nos permite interagir socialmente em uma variedade de situações com relativa facilidade.
Aqueles que se identificam muito fortemente com suas personas, no entanto, podem ter problemas – como exemplo podemos pensar na celebridade que se torna muito envolvida com sua “estrela”, a pessoa que não pode deixar o trabalho no trabalho, ou o acadêmico que parece condescendente com todos. Fazer o acima mencionado pode prejudicar o crescimento pessoal de alguém, como outros aspectos do self, então, a pessoa pode não desenvolver-se adequadamente, incapacitando o crescimento geral.
A persona normalmente cresce a partir das partes de pessoas que desejavam uma vez agradar a professores, pais e outras figuras de autoridade, e, como tal, se inclina fortemente em direção a incorporar apenas as melhores qualidades, deixando os traços negativos que contradizem a Persona formarem a “Sombra” .

A Sombra

Esses traços que não gostamos, ou preferimos ignorar, se juntam para formar o que Jung chamou de Sombra. Esta parte da psique, que também é fortemente influenciada pelo inconsciente coletivo, é uma forma de complexo, e geralmente é o complexo mais acessível pela mente consciente.
Jung não acreditava que a sombra seja sem propósito ou mérito; ele sentiu que “onde há luz, também deve haver sombra” – o que quer dizer que a sombra tem um papel importante a desempenhar no equilíbrio total da psique. Sem um lado sombrio bem desenvolvido, uma pessoa pode facilmente tornar-se superficial e extremamente preocupada com a opinião dos outros. Assim como o conflito é necessário para fazer avançar o enredo de qualquer bom romance, luz e escuridão são necessárias para o nosso crescimento pessoal.
Jung acreditava que, não querendo olhar para suas sombras diretamente, muitas pessoas iriam projetá-las para os outros, o que significa que as qualidades que muitas vezes não podem estar em outros, temos em nós mesmos e gostaríamos de não ver. Para crescer verdadeiramente como uma pessoa, é preciso cessar tal cegueira voluntária à própria sombra e tentar equilibrá-la com o Persona.

Anima e animus

De acordo com Jung, a anima e animus são os arquétipos contra-sexuais da psique, com a anima estando em um homem e animus numa mulher. Estes são construídos a partir de arquétipos femininos e masculinos das experiências individuais, bem como a experiência com os membros do sexo oposto (começando com um dos pais), e procuram equilibrar a experiência unilateral do gênero. Como o Sombra, esses arquétipos tendem a acabar sendo projetados, somente em uma forma mais idealizada; um olha para o reflexo da própria anima ou animus em um parceiro em potencial, representando o fenômeno do amor à primeira vista.
Jung não viu masculinidade ou feminilidade como o lado “superior” da moeda de gênero (ao contrário de muitos de seus pares, que favoreceram a masculinidade), mas apenas como duas metades de um todo, tais como luz e sombra, metades que devem servir para equilibrar uma a outra.

Individuação

Individuação, para Jung, é a busca da plenitude que a psique humana, invariavelmente, compromete-se, na jornada para se tornar consciente de si própria ou como um ser humano único, mas único somente no mesmo sentido que todos nós somos, não mais ou menos do que outros.
Jung não tentou fugir da importância do conflito para a psicologia humana; ele viu como inerente e necessário para o crescimento. Ao lidar com os desafios do mundo exterior e os próprios muitos opostos internos, o ser humano torna-se lentamente mais consciente, esclarecido, e criativo. O produto de superar esses confrontos foi um “símbolo”, que Jung sentia que contribuiria para uma nova direção, onde a justiça é feita para todos os lados de um conflito. Este símbolo foi visto como um produto do inconsciente ao invés do pensamento racional, e levou com ele os aspectos de ambos os mundos, consciente e inconsciente, em seu trabalho como um agente transformador. O desenvolvimento que brota desta transmutação, que é tão essencial para a psicologia junguiana, é o processo de individuação.
Referências:
Jung, C.G. 1921 Tipos Psicológicos – Volume 6. Coleção Obras Completas de C. G. Jung
Jung, C.G. 1916 The Structure and Dynamics of the Psyche Vol. 8
Jung, C.G. 1977 A Vida Simbólica-  Vol. 18. Coleção Obras Completas de C. G. Jung
Fonte:https://psicoativo.com/2017/04/estrutura-da-psique-junguiana-psicologia-analitica-jung.html


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